segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Dando a cara a tapa

Desta vez resolvi dar as caras para publicar aqui uma de minhas derrotas. Sim, eu sou da família e também tenho o gene da gafe... Porque isso só pode ser genético, minha gente, só pode!!! Bom, vamos deixar de lero-lero e partir para o que interessa antes que esta repentina brisa de coragem resolva passar.

Tudo começou com um anúncio dizendo que Cláudio Zoli iria cantar na praça de alimentação de um famoso shopping da minha cidade – famoso porque é praticamente o único. Eu, adolescente, convidei a família para ir a esse pocket show comigo, mas só papai e mamãe se entusiasmaram. Pois, bem... Existia na minha casa um CD desse artista, que era do filho do meio e eu, sem nenhuma cerimônia, peguei e coloquei na bolsa. O plano era esperar o momento oportuno e descolar um autógrafo, no melhor estilo tiete.

Preocupada em conseguir uma boa mesa, fiz com que chegássemos com bastante antecedência ao evento. De repente, avistei – com cem por cento de visão! – Cláudio Zoli passando o som de sua guitarra. Peguei o CD e a caneta e fui ao seu encontro, muito animada com o momento.
– Oi, tudo bem? Me amarro em suas músicas. Pode autografar pra mim? – pedi, esticando a mão que segurava o CD.
O cara olhou pra mim com um ar meio estranho e disse, um pouco constrangido:
– Tudo bem. Mas, você não quer esperar o Zoli chegar?
Tóin!!!

Nem sei de que cor fiquei. Concordei e voltei rapidamente para o meu lugar, desejando que nada daquilo tivesse acontecido. Na verdade, queria atravessar um portal e entrar em outra dimensão, sumir daquele lugar; mas, apenas sentei na minha cadeira.
– E aí? – perguntou papai, notando algo nebuloso em minha expressão.
– Não era ele – confessei, timidamente.

Sem dó nem piedade, papai explodiu numa sonora gargalhada. E eu?! Bem, eu tive que amargar essa derrota!