Minha mãe, sempre que coloca uma toalha limpinha na mesa, fica vigiando a gente... Como se sua vontade fosse suficiente para endireitar todos os desastrados que existem na família – no caso, o campeão lá de casa é o papai, mas isso não vem ao caso agora –; como se o seu desejo impedisse uma gota de saltar da xícara e pousar sobre o tecido imaculado. Toda mãe tem dessas coisas, né? A minha não é exceção.
Era pra ser um lanche como outro qualquer. Estávamos reunidos eu, mamãe e o filho do meio. Ela logo implorou cuidado para não sujar a toalha que tinha acabado de colocar na mesa. Compreensivos, garantimos que ela poderia ficar tranqüila, que estava tudo sob controle. Nem tanto.
Existe na minha casa um descanso de panela todo em xadrez. Tipo jogo da velha ( # ), onde essas hastes são de madeira e o meio vazado. Pois bem, o filho do meio preparou seu sanduíche, pegou uma garrafa de refrigerante, serviu-se e, desatento, colou o vasilhame destampado em cima do tal descanso de panela. Já entenderam a catástrofe, né? A garrafa bambeou por causa do fundo vazado e tombou sobre a toalha limpinha e tão recomendada. O líquido esparramou-se rapidamente pelo tampo da mesa deixando uma significativa mancha de refrigerante.
Mamãe ficou uma fera; afinal, não foram poucas as recomendações e pelas nuvens acima de sua cabeça... A bronca seria daquelas!
– Só mesmo uma idéia de jerico para pegar a garrafa destampada e colocar aqui em cima, né? – ela disse, exemplificando com gestos reais o passo-a-passo do sermão. Resultado: a garrafa que ela colocou no exato local do acidente tornou a virar e derramar mais líquido sobre a toalha que, até então, dava para recuperar!
O que era pra ser um inesquecível puxão de orelha virou um ataque de riso de dar inveja a qualquer um, daqueles que dar dor na barriga e vontade de fazer xixi. Essa é a nossa matriarca!!!
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